11.12.05
Meu principe

Este é o meu príncipe encantado, a luz que ilumina minha vida, a coisinha mais linda e mais amada do mundo.
E não tem nada no mundo que se compare aos comentários dele:
- Vó, você está linda com essa roupa!
- Vó, eu te amo mais do que o tamanho do Rio de Janeiro.
- Vó, hoje é só nós dois, né? eu adoro ficar com você.
Sabe aquela sensação maravilhosa lá na boca do estômago? Pois é, é o que eu sinto com ele.
E isto vai se duplicar logo, logo, pois em junho serei brindada com mais um neto... ou neta!
Que Matéria Prima nós somos?

Um dos melhores textos que li nos últimos meses foi este do João Ubaldo. Muito realista e uma boa chamada para a consciência de todos nós. Já li e reli muitas vezes e cada vez me delicio mais com ele.
Acredito mesmo que vivemos uma época com grandes crises de valores e que é muito fácil de perder nas ondas "tsunâmicas" da atualidade.
Eis o texto:
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"
João Ubaldo Ribeiro
A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar eFernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois deLula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar queo problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é oLula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de umpaís. Porque "pertenço a um país onde a ESPERTEZA" é a moeda que sempre évalorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noitepara o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseadaem valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente,os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondoumas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓJORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares deseus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto,folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para otrabalho dos filhos ...e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gentese sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê acabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda paranão pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a impontualidadeé um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruase depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem"gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estãocaros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atualPresidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não háconsciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossoscongressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leisque só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco ebeneficiar só a alguns. Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicospodem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa deidade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido,fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dormepara não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para ocarro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada,mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso osdefeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesarde que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não sermultado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu comobrasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um clienteatravés de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não.Não. Já basta.Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos faltamuito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade empequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos deescândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar,Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todoseles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outraparte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, opróximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesmamatéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderáfazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquantoalguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios quetemos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, nãoserviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é aalternativa? Precisamos de mais um ditador,para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui fazfalta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir debaixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou comoqueiram, seguiremos igualmente condenados, igualmenteestancados....igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Masquando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossaspossibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Nãoesperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam umMessias.Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderáfazer nada. Está muito claro...... Somos nós os que temos que mudar. Sim,creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo:desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos efrancamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e daestupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar oresponsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe)que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDOME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.E você, o que pensa?.... MEDITE!!!!!""JOÃO UBALDO RIBEIRO
O retorno - parte I

Nossa, desde setembro que não ando por aqui. 3 meses, tempo pra caramba.
Fiquei esse tempo todo completamente envolvida com meu trabalho. As vezes a vida da gente dá umas guinadas que nos tiram da rotina, né nao? Senti vontade de escrever algumas vezes, mas não consegui escrever, fiquei apenas na vontade.
Como boa sagitariana não gosto da rotina no trabalho, mas gosto da rotina (parcial) no meu dia-a-dia. Paradoxal? É, sei que é, mas combina comigo, repleta de paradoxos que sou. Adoro estar com pessoas e adoro estar sozinha. Adoro confusão e adoro sossego. Adoro doces e adoro salgados. Adoro mar e adoro montanha. Adoro trabalhar e adoro "vagabundar".
Aliás, pensando agora em minha vida me dou conta de inúmeros paradoxos que fazem parte da minha história. Hum, melhor deixar isso prá lá.
Hoje, depois de tanto tempo na fase "trabalho e reclusa" um barzinho fez parte da minha paisagem. Afinal, é dezembro, mês do ano que eu mais gosto. Começou a série "confraternizações de final de ano". A partir daqui é uma por dia, e em alguns dias mais de uma por dia. Foi-se pro espaço a dieta e a decisão de parar de beber. Com isso só tomando outra decisão: vou parar de beber depois do carnaval. Pronto, tá decidido! Assim não entro em conflito paradoxal.
Hoje minha querida amiga Fafá repassou as definiçoes da nossa confraternização do ano passado. As minha metas resumiram-se em apenas não ter metas para o ano de 2005, ou melhor, ter apenas uma meta para o ano de 2005:viver ao estilo Zeca Pagodinho.... deixar a vida me levar.
Hoje, percebi que foi sábia a minha decisão do final do ano passado. Deixei mesmo a vida me levar e tive boas surpresas com isso. Posso resumir que a vida passou no ano de 2005 e deixou um saldo extremamente positivo:
- construi meu próprio negócio e tive resultados profissionais excelentes
- consegui sair do vermelho na banco.
- consegui extrapolar o uso do cartão de crédito e chegar no final do ano com o cartão sob controle
- me adaptei (e muito) bem a morar sozinha e não me sentir sozinha
- entrei para um grupo maravilhoso e conheci pessoas maravilhosas.
- consegui depois de 16 anos passar uma data importante na minha terra natal.
- tomei gosto por cuidar da minha casa e redecorei ela quase toda.
- me curei de uma doença amorosa e descobri que a pessoa que eu amei nunca existiu... não da forma como eu achava que ela era.
- consegui emagrecer uns quilinhos
- dei o primeiro passo (apenas o primeiro, por enquanto) para parar de fumar
- aprendi que nem todas as pessoas que confiamos são confiáveis, mas não perdi a fé nas pessoas por isso.
Só tenho a agradecer pela vida que tenho. Não que ela seja perfeita, longe disso. E se fosse perfeita acho que nem graça teria. Mas sou realmente uma pessoa privilegiada e agradeço a Deus todos os dias por isso.