4.9.05
Re-equilíbrio

Logo de manhã sento para organizar minhas coisas. A casa uma bagunça, a roupa de 15 dias por lavar, a papelada toda misturada... um horror.
Inicio com a roupa, passo para a arrumaçao da casa e por ultimo vou enfrentar a papelada. Separa papel prá lá, arruma papel prá cá e deparo-me com as contas a pagar e algumas anotações num papel.
Com muita coragem, coisa que aliás não me falta, exceto quando se trata de parar em sinal de trânsito, inicio a contagem. Luz, gás, telefones, condomínio, prestação do apto, cheques voadores, cartões de crédito..... Para! Não acredito no que estou vendo no visor da calculadora. Não é verdade isto. Tem algo errado.
Separo tudo novamente e somo tudo de novo. É verdade sim! Não tem erro nenhum. Estou no VERMELHO. O que fazer, meu Pai?
Depois de uma hora de projeções matemáticas, cálculos estatísticos, regras de três, raiz quadrada e planilhas de excel vejo que não tem jeito não. A única saída é radicalizar, ou seja, parar de gastar.
Parar de gastar só se eu não colocar mais a cara na rua, não andar mais de metrô e nem de ônibus, não comprar nem uma empada de bacalhau, não tomar mais nem uma cerveja, não comprar mais cigarro e parar radicalmente de almoçar e jantar. Cafezinho? Nem pensar, pois ainda tem o custo do adoçante. Samba? Só se for 0800 e sem cerveja (impossível isto).
Pensei melhor e me veio uma esperança de que o banco esteja errado. Entro na internet e tiro o meu extrato. Talão de cheques em punho, calculadora em cima da mesa, caneta e papel, saio eu anotando TODOS OS LANÇAMENTOS que o banco fez na minha conta. Tica daqui, anota alo, calcula acolá.
O resultado? Tudo certíssimo. Lembrei então da minha época de bancária e de como o banco faz tudo muito certinho, raramente tem erro.
É, então não tem jeito!
Tem uma hora que a gente tem que dar um rumo nas coisas. Pois é, estou nessa hora. Hoje tomei a decisão, sentindo muito por isso, claro, mas, como não sou boba nem nada, lanço mão logo de um bom mecanismo de defesa (que bom que Freud existiu): racionalização.
Racionalizei pensando em unir o útil ao necessário: tenho andado cansada porque estou trabalhando muito, preciso retomar minha dieta para perder os 7 quilos que me atormentam noite e dia, preciso recomeçar as minhas caminhadas diárias no aterro, preciso parar de beber tanto senão daqui a pouco vou ter que apelar pro AA, tenho uns 8 livros para ler e não estou conseguindo tempo para isto, NÃO TENHO DINHEIRO PARA GASTAR.
Resolvida a questão: voltei a dieta hoje mesmo, já separei e organizei os livros que preciso ler e JÁ COMEÇEI A LER, descansei, fiquei em casa, não bebi, arrumei a casa, lavei a roupa. O dia acabou e eu nem percebi.
E assim vou ficar nisso por alguns muitos dias até a conta bancária mostrar sinal de saúde.
Mundo, volto a ti daqui a mais ou menos 1 mês.
Comments:
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É amiga, a situação está preta, ops, vermelha. Num tenho outro jeito ou então acabarei debaixo da ponte, mendigando uns trocados para o pão. Exageradaaaaaaaa!
Mas o melhor é que enfim decolei a dieta. Me aguarde!
bjs
Mas o melhor é que enfim decolei a dieta. Me aguarde!
bjs
Caraca. Como é que a gente faz pra ser tão racional, sensato e organizado.
Jamais conseguiria agir com tanta racionalização. Beijão.
Jamais conseguiria agir com tanta racionalização. Beijão.
Tomé,
A necessidade faz milagres, amigo. E o incomodo lá dentro, bem lá no fundo do ser faz mais milagres ainda.
Mas se eu fosse mesmo sensata, racional e organizada não teria ficado no vermelho e nem teria engordado 6 quilos, né não. risos.
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A necessidade faz milagres, amigo. E o incomodo lá dentro, bem lá no fundo do ser faz mais milagres ainda.
Mas se eu fosse mesmo sensata, racional e organizada não teria ficado no vermelho e nem teria engordado 6 quilos, né não. risos.
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