8.9.05
AMOR

Eu quero um amor.
Quero um amor que seja muito maior do que eu.
Que faça florescer em mim o meu melhor.
Um amor terno que me provoque suavidade.
Um amor cúmplice que me comprometa por inteiro.
Um amor companheiro que gere planos e projetos em comum.
Um amor parceiro que me inclua totalmente no seu seio.
Não quero um amor qualquer, sorrateiro, passageiro, marginal e bandido.
Disso já escapei e passo batida.
Isto só faz vir de mim o que eu tenho de pior.
Nem quero um amor que não me nega nada
E tampouco o que não me entrega nada
E ainda por cima arranha meu coração.
O que quero é um amor que se instale como posseiro dentro do meu coração
E que nele plante harmonia, companheirismo,
cumplicidade, paz, alegria e determinação
para superar as dificuldades que, com certeza, virão.
Quero um amor forte e convicto
capaz de enfrentar todas as dificuldades
e superar todas as diferenças.
Mas como não sou poeta,
vou falar dos meus sonhos e anseios de amor
com essa bela música que fala grande e alto
sobre o amor que eu já vivi com meu amado EJS
e sobre o amor que eu espero e ainda vou viver:
Teresinha
Chico Buarque
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não
O segundo me chegou
Como quem chega do bar T
rouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração